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Luiz Antonio Mello: da Federal AM ao filme A Onda Maldita

Se há um personagem que, mesmo sozinho, é verbete obrigatório na história do rádio FM no Rio de Janeiro, esse alguém é o jornalista niteroiense Luiz Antonio Mello. Basta citar as rádios pelas quais passou em sua carreira jornalística. A primeira foi a Federal AM 760, rádio rock que o grupo Bloch tinha entre 1972 e 1973, que era uma espécie de “FM no AM” e veio a ser depois a (hoje cambaleante) Rádio Manchete. Depois LAM foi repórter de rua da Tupi AM 1280, décadas antes dessa palhaçada de AM+FM. Nas reportagens da Tupi, LAM mostrava “as veias abertas do Brasil”, segundo definição dele mesmo. Logo depois ele foi um dos mais competentes repórteres da saudosa Jornal do Brasil AM 940, nos tempos áureos da emissora.

A virada na carreira de LAM veio em 1981, quando ele conseguiu um contato na Fluminense FM 94,9, então um vitrolão abandonado e bancado pelo jornal niteroiense O Fluminense. O contato era ninguém menos que o superintendente do Grupo Fluminense e sócio do mesmo, Ephrem Amora. A proposta que ele e alguns amigos jornalistas levaram foi de fazerem um programa semanal noturno, chamado Rock Alive. Na primeira reunião, Ephrem dizia que queria transformar a Fluminense FM numa rádio romântica, uma rádio “com muito amor”, segundo o próprio. Amora chegou a mostrar uns adesivos novos que mandara confeccionar. LAM e seus amigos foram embora, tendo certeza que o Rock Alive jamais teria espaço naquela rádio.

Só que o tempo virou, e pra melhor. Ephrem Amora chamou LAM e seus amigos de volta. E convidou LAM para ser o diretor geral da Fluminense FM.

O resto da história que aconteceria na Fluminense FM entre meados de 1981 e março de 1985 está contado com detalhes no livro A Onda Maldita, de Luiz Antonio Mello. Aliás, o slogan 'Maldita' que a nova rádio rock do Rio ganhou em 1982 veio de uma vinheta sem música (só voz) gravada por LAM e seus amigos, na correria da véspera da inauguração. A rádio tinha alguns problemas técnicos graves, de modo que eles tiveram que gravar todas as vinhetas da emissora nas poucas horas que restavam da noite da véspera até a inauguração, às 6h do dia seguinte, com a locução da então estreante Lia Easter.

Depois de deixar a Maldita, LAM teve passagens pela Globo FM (onde tentou fazer algumas mudanças, fazendo da rádio uma emissora soft rock, mudanças abortadas por vários gerentes influentes no SGR) e pela Rádio Cidade. Na virada dos anos 80 para 90, LAM voltou à Fluminense FM, como coordenador. Ficou poucos meses, retomando a programação rock da rádio (que antes estava tocando até New Kids On The Block) sem jamais permitir a retomada do slogan 'Maldita', que ele acreditava ter que ficar restrito à fase histórica de 1982-1985. LAM foi sucedido por Ricardo Chantilly, último coordenador da Fluminense FM antes de seu arrendamento pela rede Jovem Pan FM.

Luiz Antonio Mello tem uma longa carreira jornalística, em rádio, emissoras de TV (é famosa sua passagem pela TV Manchete, onde dirigiu o programa FM TV), jornais, revistas e portais de notícias na Internet. No início do século XXI, fez uma web rádio rock, a Rocknet, criada na época da Internet discada, bem antes da banda larga, o que levou ao fracasso e ao fim da emissora. Recentemente, fez por um breve período um programa semanal noturno na Fluminense AM 540, até agora sua última experiência radiofônica. O programa tinha um blogue com este cabeçalho:

Programa LAM House da Rádio Fluminense. Comandado por Luiz Antonio Mello (idealizador e criador da "MALDITA") e participação especial de LACARV, na consultoria de repertório e comentários. Garantia de uma programação 100% ROCK´N´ROLL. Toda segunda, terça e sábados, às 23h pela RÁDIO FLUMINENSE 540 AM e na internet em http://www.ofluminense.com.br. Excelente notícia para os amantes do ROCK.

http://programalamhouse.blogspot.com

Atualmente, Luiz Antonio Mello está envolvido em pelo menos três novos projetos: dois relançamentos de livros e a versão cinematográfica de um deles. Já foi lançada a versão eletrônica de seu livro Manual de Sobrevivência na Selva do Jornalismo, indicado para profissionais e estudantes interessados na carreira jornalística. LAM anuncia para 2012 o lançamento da terceira versão de seu livro A Onda Maldita, que estará completando 20 anos de seu lançamento juntamente com a passagem de 30 anos do lançamento da própria Maldita. LAM vendeu os direitos cinematográficos do livro A Onda Maldita. Um grupo de cineastas (da Luz Mágica Produções, de Cacá Diegues, Renata Almeida Magalhães, Tereza Gonzales e Veronica Machado) se encarrega de fazer o filme, que não será um documentário (ao contrário do filme A Maldita, filme de 20 minutos de 2007 dirigido por Tetê Mattos), e sim uma versão romanceada do livro, misturando elementos verídicos com ficcionais. O filme está em pré-produção. Pode ser que seja lançado ainda em 2012.

Estou acompanhando os escritos de Luiz Antonio Mello, além de ter começado uma amizade, mesmo à distância, via redes sociais. Vale a pena manter contato com esse profissional de comunicação e, acima de tudo, alguém com quem se pode trocar ideias e aprender coisas realmente importantes. LAM também está escrevendo um novo blogue, a Coluna do LAM: http://colunadolam.blogspot.com.

Fico por aqui, desejando todo sucesso para Luiz Antonio Mello. Ele merece.

Marcelo Delfino

Tributo ao Rádio do Rio de Janeiro

www.radiorj.com.br

www.twitter.com/radiorj

www.facebook.com/radiorj
Rádio 8487264167067533234

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  1. Marcelo, apenas uma correção... Segundo consta no livro A Onda Maldita, do LAM, o contato que viabilizou a Fluminense FM - Maldita, não foi Luis Alberto Torres???? Ao menos, é o que diz no livro.

    Abraços!!!!

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  2. LAM não diz no livro A Onda Maldita quem foi seu primeiro contato no Grupo Fluminense. Diz que ele conseguiu o telefone do próprio Ephrem Amora, mas que antes um conhecido (não diz quem) tinha dito a ele que a Fluminense FM tinha instalado um transmissor zero quilômetro no Sumaré. Ao mesmo tempo, LAM soube que Luiz de Faria Neto (executivo da Associação Nacional de Jornais) estava dando consultoria ao Grupo Fluminense. Nada indicando que ele fosse o tal primeiro contato do LAM no Grupo Fluminense. Quando LAM começou a tratar da rádio com o Grupo Fluminense, já foi direto com Ephrem Amora, e mais tarde com o patrão Alberto Torres.

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