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TV Manchete : Divida de 500 milhões e acervo descuidado

Logo da Manchete no topo da sede da emissora no Rio de Janeiro 

Em agosto de 2018 fizemos uma matéria explicando o por que que a Rede Manchete não poderia voltar assim tão fácil, pois vira e mexe surgem notícias deste tipo ligado a emissora. Na ultima semana de 2018 o site NaTelinha publicou uma reportagem em seu site, reportagem tal qual que demoraram cerca de 6 meses para ser finalizada falando sobre a situação atual da "Rede Manchete Ltda" em relação a massa falida e o acervo audiovisual.

De acordo com o NaTelinha eles tiveram uma conversa com o advogado Manuel Antonio Angulo Lopez - atual síndico da massa falida da Manchete - deu um panorama pragmático sobre a situação:

“Ainda há muitas dívidas a serem sanadas. Mas, não sei informar, por ora, o total passivo fiscal (saldo devedor)


Apesar dele não saber valores exatos da dívida, mas da pra ter pelo menos uma noção do débito estratoférico da Manchete.
Em consulta à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), entidade do Governo Federal responsável pela cobrança dos devedores da dívida ativa da União, até o dia 23 de dezembro de 2018, os oito CNPJs em nome da “TV Manchete Ltda” acumulavam um débito de R$ 536.745.416,82. Nesse valor, inclui-se FGTS, Previdência Social e dívidas Não-Tributárias.

Essa divida poderia ter sido menor caso se Amilcare Dallevo e Marcelo de Carvalho, donos da Rede TV, tivesse pago os encargos conforme eles tinha prometido, mas depois de uma longa batalha, pois os dono da Rede TV, recorreram deste ato. Todavia ficou entendi que a Rede TV não era dono das dividas da "Rede Manchete Ltda" pois eles foram sucessores das concessões federais e não da empresa em si, tanto que, que os estúdios "Complexo de Agua Grande", na Rua Figueira da Foz em Irajá, no Rio de Janeiro continua lá até hoje e nunca pertenceu a RedeTV, por exemplo. Sendo assim após decisão transitada em julgado do Superior Tribunal de Justiça -, só resta os pagamentos serem feitos após leilões judiciais do espólio, como os imóveis, objetos e acervo audiovisual. Com dividas gerando em torno de R$500 milhões de reais o atual advogado da Manchete comenta o seguinte

"O prédio da Casa Verde (São Paulo) foi dividido entre a TV Manchete e a Bloch Editores, e será levado à leilão. Os demais imóveis que eram da emissora (Complexo de Água Grande, no Rio; Área de transmissão no Sumaré, na capital paulista; e regionais e Olinda, Belo Horizonte, Fortaleza) também serão leiloados para pagamento do passivo, assim como o acervo”, comenta o síndico Manuel Lopez."

O site NaTelinha ainda reforça que o prédio da Rua do Russel, no bairro da Glória, no Rio de Janeiro, aquele aparecia na abertura e encerramento de programação da Manchete, não pertence a Rede Manchete TV e sim a Bloch Editores e que pelo jeito, ele já foi leiloado para pagamento das dívidas desta outra empresa. O site diz também que procurou por diversas vezes, Pedro Jack Kapeller - o Jaquito, sobrinho e herdeiro de Adolpho Bloch - para se manifestar sobre a situação, mas não tiveram retorno.


O além da rádio, TV, e revistas, o Grupo Bloch existe uma outra empresa chamada "Bloch Som & Imagem Ltda", que foi uma empresa criada para evitar que os direitos das novelas produzidas de 1995 em diante ficassem presos à massa falida em caso de concordata -, se for a junta o prejuizo da Manchete com a Bloch Som & Imagem, a dívida cresce para R$ 644.808.974,51.


O ACERVO AUDIOVISUAL DA REDE MANCHETE

Adolpho Bloch no controle mestre da Manchete, em 1983

Muito gente pergunta por onde ando os arquivos da Rede Manchete. Essa fitas em sua maioria estão armazenadas em no formato U-Matic passou a ser comercializado em 1971, a fita U-matic era uma tecnologia muito prática e moderna para aquela época para fazer as filmagens, principalmente feitas para a televisão e em areas externas, ou em reportagens, já que estas utilizavam câmeras com filmes de 16 mm, que após a gravação deveriam ser revelados e montados. Só pra ter uma noção o U-Matic veio antes mesmo do VHS que foi lançado em 1976, porém para uso doméstico.

A TV Cultura (Fundação Padre Anchieta) recebeu cerca de 3.800 fitas há mais de 10 anos. Muito se especulou sobre o conteúdo, mas esse material é referente a filial da Manchete em São Paulo - não tem, necessariamente, a ver com o conteúdo nacional.
Entretanto o acervo que contém novelas, jornais e entretenimento, e o conteúdo regional do Rio de Janeiro ficou apreendido no prédio da Rua do Russel - propriedade da Bloch Editores -, até a separação do que pertencia à TV, porém estas fitas foram mandadas para um depósito localizado na Zona Leste de São Paulo, em nome de Sérgio Pereira - indicado pelo sindico da massa falida e aprovado pela Justiça no processo de falência.


Desde que foram arrecadadas no Rio de Janeiro, as fitas estavam apenas armazenadas em um galpão sem as condições que deveriam estar. Estavam sob calor insuportável, num local repleto de poeira e estavam bem deterioradas”, relata Manuel Lopez.


Os arquivos das regionais de Belo Horizonte, Recife/Olinda e Fortaleza, se perderam. De acordo com alguns funcionários antigos da empresa nessas cidades, que pediram para não serem identificados na reportagem, não houve interesse da massa falida preservar o acervo destas emissoras regionais da Manchete. Na filial de Recife/Olinda, por exemplo, as fitas da emissora chegaram a ser guardadas no então estúdio do Pernambuco em Manchete, que ficava na base da torre de transmissão. A ação do tempo foi danificando o material, que virou pó de vez este ano, após uma invasão de vândalos, informa o site NaTelinha.


A restauração do acervo da emissora parece ser utopia. Em 2013, após repercussão de uma matéria do jornal O Globo sobre o assunto, a Cinemateca Nacional chegou a anunciar a digitalização das fitas da Manchete, que estavam em posse da TV Cultura.

“Houve à época uma série de discussões sobre o projeto, mas não houve continuidade”, explicou, em nota, o Ministério da Cultura (MinC), responsável pela instituição. De acordo com a assessoria do MinC, não há nenhum arquivo da Manchete guardado na Cinemateca.

O NaTelinha procurou por dois meses uma prometida manifestação da diretoria jurídica da TV Cultura sobre o assunto, mas não foram respondidos, porém em conversa informal com funcionários da emissora educativa, sabe-se que essas fitas estão conservadas e limpas, mas não podem ser utilizadas, revendidas ou doadas por causa do impasse da massa falida.

Caso não haja uma intervenção federal, as primeiras imagens da Manchete só cairão no domínio público em 2053, quando passar da barreira dos 70 anos de sua primeira veiculação, tal qual versa a legislação brasileira sobre o assunto.


Enfim é uma pena que simplesmente pegam a história da Manchete e deixa no fundo de quintal se deteriorando. É preciso mudar o conceito de História, pois muitos acham que isso é coisa velha, lixo, mas não é. Imagina quanto conteúdo produzidos pela Rede Manchete com bastante qualidade de produção com por exemplo as novelas e programas jornalísticos como o "Na Rota do Crime" e o "Programa de Domingo" que foram produzidos com tanto empenho pelo seus profissionais simplesmente sendo jogados na lata do lixo, ao invés de estar sendo cuidados e quem sabe mesmo ser disponibilizado em uma Cinemateca ou até mesmo na internet, para que todas possam ter acesso e puder absorver conteúdo que edificam o intelecto das pessoas, porque ali está a história do Brasil em vídeo. Telejornais, como o Jornal da Manchete que até os dias é referência para os novos jornalistas tem edições que os mais jovens não puderam ver e que o viram na época gostariam de ver de novo para se inspirar, além disso transmissões esportivas de Olimpíadas, Copa do Mundo, programas de entretenimento. O que seria da Manchete se não fosse os fãs que gravaram algum tipo de conteúdo em suas fitas VHS e que disponibilizam no Youtube. Muita gente não sabe como se digitaliza, mas passe pra alguém que saiba, para que a história da não morra, porque se fosse por isso, só saberíamos o que foi a Manchete pela boca dos outros e infelizmente eles não são eternos para nos contar a histórias, estes vídeos na forma física também não, mas digitalizando com certeza teria uma vida maior, pois você imagina a quantidade de fãs da Manchete, cuidando e relembrando até o hoje, como era a emissora, você ver fãs, ex-funcionários que os olhos enchem de lágrimas de saudade, mas também choram por saber que desprezam a história de uma emissora tão importante para o nosso Brasil. Esperamos que isso se resolva o mais breve possível e que não aconteça como aconteceu com o Museu Nacional, para depois tomarem vergonha na cara e tomar providência. A atitude de tomar uma providência tem que ser o mais rápido possível. Que em 2019, quando se completa 20 anos do fim da Manchete tomem medidas cabivéis para resolver essa situação degradante


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  1. Triste,a melhor emissora que este país já teve!

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  2. Olá gente! Sou rosimere chamarelli! Viajei muito a São Paulo para fazer compras na 9 de julho e tenho saudades!!! Um abraço para minha ex-chefa !! Quanto a manchete tenho saudades!!! Que pena!!

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  3. A Manchete TV era pra ter sido comprada pela IURD, assim como a Record a Manchete estaria viva ainda e até bem estruturada!!!

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  4. É uma pena que um acervo tão precioso se perca dessa forma. Deve haver alguma brecha na lei para rever isso. É um patrimônio da população brasileira. Sou jornalista e repórter e me inspirei muito na emissora para seguir minha carreira. Saudade da Manchete!

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